quinta-feira, 17 de junho de 2010

Economia

A Coreia do Sul possui a décima segunda maior economia do mundo (14ª pela paridade de poder aquisitivo) e a terceira maior da Ásia, atrás apenas do Japão e da China (e da Índia, por PPA). Sendo principal dos tigres asiáticos, o país atingiu um rápido crescimento econômico com a exportação de manufaturados, um forte contraste em relação à estagnação econômica da Coreia do Norte, que piorou com o colapso da União Soviética. O PIB per capita da Coreia do Sul é cerca de 12 vezes maior que o norte-coreano.

Na década de 1950, a Coreia do Sul era um dos países mais pobres da Ásia. Ao final da Segunda Guerra Mundial, o país herdou um sistema econômico colonial projetado apenas para as necessidades japonesas. Grande parte da infra-estrutura do país foi destruída durante a Guerra da Coreia (1950-1953). Após a guerra, a Coreia do Sul tornou-se muito dependente do auxílio norte-americano.

Após o golpe militar liderado pelo general Park Chung-hee em 1962, a Coreia do Sul embarcou numa série de planos quinquenais para o desenvolvimento econômico. A ênfase foi direcionada ao comércio exterior com a normalização das relações com o Japão em 1965 e houve uma subsequente "explosão" no comércio e nos investimentos, seguida de uma rápida expansão das indústrias leves e pesadas nas décadas de 1960 e 1970. Durante esse período, a economia sul-coreana cresceu numa média anual de 8,6%.

Esse crescimento fenomenal é muitas vezes chamado de "milagre do rio Han", que é o principal rio que passa pela capital e maior cidade do país, Seul. Nas décadas de 1980 e 1990, o crescimento continuou enquanto a Coreia do Sul transformava-se de exportadora de tecidos e sapatos em um grande produtor global de automóveis, eletrônicos, navios e aço e, mais tarde, campos de alta-tecnologia, como monitores digitais, celulares e semicondutores.
O modelo sul-coreano de encorajar o crescimento de companhias grandes e competitivas internacionalmente através de financiamento fácil e incentivos fiscais levaram à dominância dos conglomerados controlados por famílias, conhecidos como chaebol, que cresceram com o apoio do regime Park.Algumas viraram corporações globais, como Hyundai, Samsung, Daewoo, LG e Pantech. Em 2004, combinando tudo isso, a Coreia do Sul entrou no "clube das economias globais trilionárias".

Desde a crise financeira asiática de 1997, o cenário empresarial mudou consideravelmente, resultado de grandes falências e reformas do governo. A crise expôs fraquezas persistentes na economia sul-coreana, como um setor financeiro indisciplinado e elevados empréstimos estrangeiros, o que acabou levando a duas rodadas de reestruturação financeira e econômica, em 1997 e em 1999, após o colapso da Daewoo.O colapso da empresa foi considerado uma das maiores falências da história.Em 2003, somente metade dos 30 maiores chaebol de 1995 ainda restavam.[19]

Entre 2003 e 2005, o crescimento econômico moderou-se para cerca de 4% ao ano.[20] Uma queda no poder aquisitivo do consumidor, atribuída a enormes dívidas pessoais no sistema de cartões de crédito, foi ofuscado pelo crescimento de exportações, especialmente para a China. Em 2005, o governo propôs uma reforma na legislação trabalhista e um esquema de pensão corporativa para ajudar a deixar o mercado de trabalho mais flexível, assim como novas políticas no mercado imobiliário para amenizar a especulação imobiliária.
Uma inflação moderada, baixo nível de desemprego, muitas exportações e boa distribuição de renda caracterizam a economia da Coreia do Sul.[22][23][24] Uma recente reunião histórica de três dias entre o presidente da Coreia do Sul, Roh Moo-hyun, e da Coreia do Norte, Kim Jong-il, firmou um acordo de reconciliação permanente e pela aproximação econômica entre os dois países. O último encontro havia sido realizado em 2000 e uma multidão recebeu os dois presidentes na capital norte-coreana. O documento de oito pontos estipula que "O sul e o norte compartilham da opinião de que devem encerrar o atual sistema de armistício e criar um sistema permanente de paz".

Desde que a península coreana foi dividida entre Norte e Sul após a guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, até hoje os dois países permanecem tecnicamente em guerra. Existem cerca de dois milhões de soldados na fronteira entre os dois países. As negociações pretendem também iniciar um processo de acordo de paz com a participação de outros países, como EUA e China. Pela primeira vez em 50 anos trens de carga poderão funcionar entre os dois países.

Politíca


A Coreia do Sul é uma república semipresidencialista. O chefe de estado da República da Coreia é o presidente, eleito por voto directo popular para um único mandato de cinco anos. Além de ser o mais alto representante da república e o comandante-em-chefe das forças armadas, o presidente também tem consideráveis poderes executivos e nomeia o primeiro-ministro depois de aprovado pelo parlamento, além de também nomear e presidir o Conselho de Estado, ou governo.

O parlamento coreano, unicameral, chama-se Assembleia Nacional, ou Gukhoe (국회). Os seus membros servem em mandatos de quatro anos. A legislatura tem actualmente 299 lugares, dos quais 243 são eleitos por voto regional e os restantes são distribuídos por votos de representação proporcional. O corpo judiciário mais elevado é o Supremo Tribunal, cujos juízes são nomeados pelo presidente com o consentimento do parlamento.
A 12 de Março de 2004, a Assembleia Nacional Sul-coreana votou a destituição de Roh Moo-hyun devido a acusações de fraude eleitoral e incompetência. O voto foi de 193-2, com os partidários de Roh abstendo-se de votar. Os membros do Partido Uri, favorável a Roh, bloquearam o plenário por três dias para evitar o voto, até que foram retirados à força pelos legisladores da oposição e os guardas de segurança. As atribuições do Executivo de Roh foram suspensas até uma decisão final feita pelo Tribunal Constitucional e o primeiro-ministro Goh Kun dirigiu o país como Presidente em exercício.

A tentativa da Assembleia Nacional para destituir Roh encontrou forte resistência. Apesar da popularidade de Roh estar em cerca de 30% devido a agitação social, a alegação de ilegalidades na eleição presidencial de 2002, a criação de um novo partido e frequentes informações falsas, levaram muitos coreanos a pensarem que a destituição era uma medida muito severa e a popularidade de Roh subiu rapidamente para 50%, após a assembleia ter votado pelo seu impeachment. O resultado da eleição parlamentar de abril de 2004 mostrou o apoio popular a ele, com o Partido Uri ganhando a maioria das cadeiras.

Em 14 de maio de 2004, o Tribunal Constitucional derrubou a decisão de impeachment, devolvendo a Roh a presidência do país, e Roh teve seu prestígio aumentado após esse episódio.

Em Dezembro de 2007, Lee Myung-bak, antigo presidente do município de Seul e ex-executivo da Hyundai, venceu as eleições presidenciais.

Demografia


A população da Coreia é uma das mais homogêneas, étnica e linguisticamente, do mundo. A única minoria é uma pequena comunidade chinesa, se bem que as pessoas cujos pais são casais mestiços (por exemplo, filhos de soldados americanos ou de homens de negócios europeus) sejam encaradas como uma minoria e frequentemente discriminadas (por exemplo, pelas crianças na escola). Coreanos viveram na Manchúria durante muitos séculos e são hoje uma minoria na China, e Josef Stalin enviou milhares de coreanos de Vladivostok e Khabarovsk, contra a sua vontade, para a Ásia Central (na antiga União Soviética), enquanto que a maioria da população coreana do Japão foi levada para o país como trabalhadores forçados durante o período colonial (entre 1910 e 1945).
A instabilidade política, social e económica na Coreia do Sul levou muitos sul-coreanos a emigrar para outros países, em particular os Estados Unidos da América, Canadá e o Brasil. A Califórnia tem um número muito alto de coreanos e coreano-americanos: bem mais de um milhão de pessoas.

Religião

A religião na Coreia do Sul segue, para a maioria dos cidadãos, a fé budista tradicional. Possui um grande crescimento de denominações cristãs (composto de cristãos católicos e protestantes de várias denominações). A prática de ambas as fés tem sido fortemente influenciada pelo legado duradouro do coreano confucionismo, a religião nativa da Península Coreana.

De acordo com estatísticas compiladas em 2005 pelo governo sul-coreano, aproximadamente 46,5% da população sul-coreana manifesta uma preferência religiosa.

Da população religiosa, 29,3% são cristãos (dos quais 18,3%, no total, professam ser protestantes e 10,9% autodeclaram-se católicos), 22,8% são budistas, e o restante segue para vários novos movimentos religiosos, incluindo Jeungism, Daesunism, Cheondoism, taoismo, confucionismo e budismo Won.

Uma pequena minoria de coreanos também professam o Islã. Grandes áreas metropolitanas apresentaram as maiores proporções de pessoas pertencentes a grupos religiosos formais: 49,9% em Seul, 46,1% para Busan, e 45,8% para Daegu. A Coreia do Sul possui o terceiro maior percentual de cristãos no leste da Ásia ou do Sudeste Asiático, superado apenas pela Filipinas e Timor-Leste.

História


Depois do fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, as potências vencedoras dividiram a Coreia em duas zonas de influência, seguindo-se, em 1948, a instalação de dois governos: um sul capitalista, apoiado pelos EUA e Japão, e um norte comunista apoiado pela União Soviética e China. Em Junho de 1950 começou a Guerra da Coreia. O sul, apoiado pelos Estados Unidos, e o norte apoiado pela União Soviética acabaram por atingir uma situação de impasse e foi assinado um armistício em 1953, dividindo a península ao longo da zona desmilitarizada, próxima do paralelo 38 N, que tinha sido a linha de demarcação original.

A partir daí, a República da Coreia, no sul, sob o governo autocrático de Syngman Rhee, alcançou um rápido crescimento económico. A agitação civil dominou a política até que os protestos tiveram sucesso em derrubar a ditadura e instalar uma forma de governo mais democrática nos anos 80. Uma reunificação das duas Coreias tem permanecido no centro da política do país, muito embora ainda não tenha sido assinado um tratado de paz com o Norte. Em Junho de 2000 realizou-se uma histórica primeira conferência Norte-Sul, como parte da "política do Sol" sul-coreana, apesar de um aumento recente de preocupação com o programa de armas nucleares dos EUA.